Papa Bento 16 serviu no exército de Hitler, desertou e foi feito prisioneiro de guerra.

Nascido em Marktl am Inn, na Alemanha, em 1927, o jovem 



alemão Joseph Ratzinger tinha 12 anos de idade quando a Segunda Guerra Mundial estourou em 1939. A pouca idade impediu que fosse imediatamente chamado para servir no exército de Hitler. Mas em 1943, já com 16 anos, quando era seminarista, Ratzinger foi chamado pela primeira vez para realizar "trabalhos auxiliares" no exército alemão. Morou com militares e trabalhou em serviços antiaéreos em Munique. Um ano depois, recebeu convocação para o "serviço de trabalho do Reich".
AP
Joseph Ratzinger é fotografado com uniforme do Exército alemão, em 1943
Joseph Ratzinger com uniforme do Exército alemão, em foto de 1943
A história de como Bento 16 serviu no exército de Hitler, construiu trincheiras, marchou cantando canções de guerra, foi humilhado, viu seu primo ser assassinado pelos nazistas, desertou, correu o risco de ser fuzilado e foi feito prisioneiro de guerra pode ser lida no trecho abaixo, retirado da biografia"Bento XVI - O Guardião da Fé" (Record).
No livro, o vaticanista Andrea Tornielli reconstrói a trajetória de Bento 16 através de testemunhos, de recordações pessoais e da análise do pensamento teológico e da produção intelectual do papa.
Leia abaixo trecho do livro "Bento XVI" sobre o período em que Joseph Ratzinger serviu o exército de Hitler e saiba mais sobre o livro.
Atenção: o texto reproduzido abaixo mantém a ortografia original do livro e não está atualizado de acordo com as regras do Novo Acordo Ortográfico. Conheça o livro "Escrevendo pela Nova Ortografia".
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(...)
O início da guerra determina o confisco da sede do seminário, que se torna um hospital para doenças contagiosas. Assim é que os seminaristas são alojados na sede do Colégio Feminino das Damas Inglesas, que permanecia completamente vazio.
O primo assassinado por ser deficiente
Reprodução
Capa da biografia "Bento XVI"
Capa da biografia "Bento XVI"
Na autobiografia, Ratzinger não se refere a um episódio, que revela em 28 de novembro de 1996 durante uma conferência internacional promovida no Vaticano pelo Pontifício Conselho da Pastoral de Saúde. Um episódio doloroso: o assassinato pelos nazistas de um parente portador da síndrome de Down. Ratzinger fala disto para alertar contra o risco "sempre iminente" de "um retorno à barbárie", isto é, do risco da exclusão de alguns seres humanos da categoria daqueles que merecem respeito. "O menino eliminado pelos nazistas", disse o cardeal, "que em 1941 tinha 14 anos, era mais jovem que eu alguns anos. Era robusto, mas demonstrava progressivamente os sinais típicos da síndrome de Down. Despertava simpatia na simplicidade de sua mente ofuscada, e a sua mãe, que já havia perdido uma filha com uma morte prematura, lhe era sinceramente afeiçoada. Mas, em 1941, foi ordenado pelas autoridades do Terceiro Reich que ele devia ser hospitalizado para receber uma assistência melhor." "Não havíamos ainda suspeitado", continuou Ratzinger, "das operações de eliminação dos mentalmente debilitados, a qual já havia sido iniciada no fim dos anos trinta. Pouco tempo depois, recebeu-se a notícia de que o menino havia morrido de pneumonia e seu corpo fora cremado. A partir daquele momento, multiplicaram-se as notícias desse gênero."
Ratzinger de uniforme
Naquele mesmo ano, em 1941, com a precipitação dos acontecimentos de guerra, todos os seminaristas voltaram para casa, inclusive Georg e Joseph Ratzinger. O irmão mais velho do futuro pontífice tinha 17 anos, e no verão de 1941 foi registrado no chamado "serviço de trabalho", e em seguida, no outono na Wermacht, era radiotelegrafista. Depois de ter passado pela França, Holanda e Tchecoslováquia, foi convocado para a fronteira italiana. Joseph é ainda jovem demais, pode ainda se dedicar um pouco mais ao estudo dos clássicos, à poesia e à tradução dos textos litúrgicos. Mas, com 16 anos, por causa do reduzido número de soldados, foi convocado para um trabalho como auxiliar, junto com um pequeno grupo de seminaristas: foi obrigado a morar nas barracas como os militares regulares, usar os mesmos uniformes, entretanto lhe sendo concedido freqüentar algumas aulas. Tem que trabalhar nos serviços antiaéreos em Munique. Depois foi transferido para Gilching, ao norte de Ammersee.
Em 10 de setembro de 1944, tendo atingido a idade do serviço militar propriamente dito, Joseph foi colocado na divisão antiaérea e, tão logo voltou para casa, em Traunstein, encontrou a convocação para o "serviço de trabalho do Reich". Dez dias depois, "uma viagem interminável me levou finalmente a Burgenland, onde, com muitos amigos do ginásio de Traunstein, fui designado para um campo situado no local do território onde a Áustria faz fronteira com a Hungria e a Tchecoslováquia". "Aquelas semanas de trabalho", acrescenta Ratzinger, "permanecem em minha memória como uma recordação opressiva. Os nossos superiores eram em grande parte provenientes da comumente chamada Legião Austríaca. Tratava-se de nazistas do primeiro time... pessoas fanaticamente ideologizadas, que nos tiranizavam com violência."
O futuro pontífice recorda, em particular, de um episódio: uma noite, os jovens convocados foram tirados das camas e, meio adormecidos, reunidos na praça da caserna. Um oficial os chamou um a um, tentando convencê-los a entrar como "voluntários" no corpo da SS. "Muitos companheiros de armas, que no entanto eram pessoas de bom coração, foram integrados desse modo naquele corpo criminal." Joseph Ratzinger, juntamente com alguns outros, disse que tinha intenção de se tornar um "sacerdote católico": "Fomos cobertos de escárnios e de insultos e perseguidos, mas essas humilhações nos deram muito prazer, no momento em que nos libertavam da ameaça desse recrutamento falsamente voluntário e de todas as suas conseqüências."
Depois de ter trabalhado algumas semanas na construção da assim chamada "trincheira sudeste" em Burgenland, em 20 de novembro foi enviado para casa de trem. O trem não parava em Traunstein, e assim o jovem foi obrigado a saltar do vagão em movimento. Passaram-se ainda três semanas até chegar o chamado para o exército propriamente dito. Ratzinger tem sorte: foi de fato designado para o quartel de infantaria de sua região. Não combate, mas tem que marchar junto com seus companheiros pelas estradas cantando canções de guerra "para mostrar à população civil que o Führer dispunha ainda de soldados jovens recentemente treinados".
Prisioneiro de guerra
Na primavera, fim de abril, não obstante a cidade fosse cercada pelos militares que tinham ordem de fuzilar os desertores de seus postos, Joseph decide voltar para casa. Toma uma estrada secundária, mas na saída de um caminho encontra subitamente dois soldados de guarda. "Por sorte", conta o cardeal, "eram daqueles que não agüentavam mais a guerra e não queriam se transformar em assassinos." Com a chegada dos americanos, a casa da família Ratzinger foi escolhida como quartel-general aliado: Joseph foi identificado como soldado do Reich e retido como prisioneiro de guerra. Consegue levar consigo um caderno e um lápis: "Uma escolha aparentemente pouco prática, mas, na realidade, aquele caderno se revelou para mim uma maravilhosa companhia, porque, dia após dia, ali pude escrever pensamentos e reflexões de todos os tipos; cheguei também a me arriscar na composição de hexâmetros gregos."
Depois de vários dias de marcha, os prisioneiros foram reunidos num espaço aberto, em um terreno agrícola em Bad Aibling, juntamente com outros cinqüenta mil soldados alemães. "A alimentação consistia de um prato de sopa e um pedaço de pão por dia." Entre os prisioneiros, os estudantes de teologia encontraram graduados em universidades e até mesmo professores de várias origens e provenientes de diferentes lugares, e conseguiram organizar conferências e discussões no campo de concentração.
Em 19 de junho de 1945, depois de ter sido submetido aos controles regulares, Ratzinger foi libertado e se encaminha para casa. Na noite da chegada, festeja-se em família: "Em toda a minha vida nunca eu comi uma refeição tão gostosa como aquela que minha mãe me preparou com os produtos da nossa horta." Em julho do mesmo ano, Georg também faz seu retorno à casa, bronzeado pelo sol italiano.

fonte;
http://www1.folha.uol.com.br

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