Estatuto do Desarmamento.

Primeira mentira: a campanha para recolher armas das mãos da população é um grande sucesso. Isto é o que vivem apregoando os jornalistas, as ONGs e alguns elementos do Governo. Trata-se de uma grande mentira. Senão vejamos: segundo os últimos dados, foram entregues 350 mil armas por assustados cidadãos de bem numa campanha iniciada em julho de 2004. O Ministro da Justiça trombeteou na imprensa que seriam recolhidas 500 mil armas. Depois o número reduziu-se para 400 mil, e agora patina em 350 mil. Segundo a revista Veja de 20/04/05, edição 1901, pág. 42, existem 8,7 milhões de armas ilegais no país. Somemos a isto os três milhões de armas legais registradas no SINARM. Assim, depois de um ano, foram recolhidas apenas 3% das armas existentes. Isso debaixo de intensa campanha por parte da imprensa, que tem alternado histórias de acidentes com armas de fogo, “por si só tristes e de partir o coração”, com ameaças de prisão sem direito à fiança. O leitor classificaria como um sucesso a Campanha Anti-Pólio do Governo se esta vacinasse apenas 3% das crianças brasileiras em idade de receber a vacina?

Segunda mentira: a campanha para recolher armas tem tido o entusiástico apoio de todas as faixas etárias e de todas as classes sociais. Segundo o jornal O Globo (19/10/04, pág. 16), 42% das pessoas que entregaram armas tinham mais de 60 anos, e 20% entre 50 e 59 anos. O que isto significa? Que quem está entregando suas armas são idosos, em especial viúvas, com medo das ameaças através da imprensa para quem cometer o pecado capital de ter uma arma em casa para sua defesa, somado à idéia de receber míseros 100 reais por uma arma que pode valer até 20 vezes mais. Para coroar, o mesmo O Globo de 15/06/05 publica que apenas 10% das armas recolhidas na campanha foram entregues por pessoas das classes A e B. Assim, este seria o perfil dos otários que caíram na conversa fiada do governo e da imprensa: idosos e pobres, que buscavam receber um dinheirinho que o governo agora reluta em lhes pagar. Pensando melhor, bem feito! Quem manda confiar nesse governo...

Terceira mentira: ter arma em casa não defende um cidadão da ação dos bandidos. No Brasil este número é difícil de se obter, pois ninguém é tolo o suficiente para declarar numa delegacia que expulsou a tiro alguém que tentava invadir sua casa. Neste país defender o seu lar e sua família pode dar cadeia. Mas a revista brasileira Magnum tem uma seção intitulada Resposta Armada onde, a cada edição, são mostrados casos documentados de cidadãos que escaparam de assaltos ou coisa pior por terem uma arma à mão. Nos Estados Unidos, a revista National Rifleman mantém uma coluna mensal de uma página inteira com inúmeras narrativas de cidadãos que puderam se defender contra assaltantes por terem uma arma à mão. O leitor pode ainda acessar o site http://old-yankee.com/rkba/armcit/. Lá encontrará uma farta e bem documentada relação de pessoas que evitaram problemas com o uso de suas armas de fogo.

Quarta mentira: é preciso desarmar os cidadãos de bem para acabarmos com as cem mortes por armas de fogo que ocorrem diariamente. O Governo e os antiarmas que batem tanto nesta tecla sempre “esquecem” de dizer que este é o total de mortes ocorridas - ou seja, aí estão incluídas mortes decorrentes da guerra do tráfico, assaltos, policiais mortos, execuções - o qual não vai sofrer alteração devido ao Estatuto do Desarmamento. A verdade, que todos os antiarmas desesperadamente tratam de ocultar, é que apenas 3,7% (três vírgula sete por cento) das cem mortes diárias são causadas por cidadãos sem passado criminal.

Quinta mentira: o cidadão de bem não precisa de arma, a função de protegê-lo é tarefa da polícia. Esta é uma combinação de mentira com piada de mau gosto. O tempo de resposta da polícia do Rio de Janeiro a um chamado 190 pode chegar até noventa minutos, isto quando a polícia atende. Além do mais, as polícias estão desaparelhadas, com veículos em mau estado e com pouca gasolina, e a situação tende a piorar com o corte de mais de 500 milhões de reais feitos pelo governo Lula no Orçamento de Segurança. Este dinheiro, que deveria ir para os governos estaduais, está servindo para aumentar o superávit primário. O jornal O Globo, com uma freqüência assustadora, publica cartas de leitores que pediram auxílio à polícia e estão até hoje esperando que esta os socorra.

Sexta mentira: países que se empenharam em um programa de desarmamento dos cidadãos obtiveram um retumbante sucesso. A Inglaterra é o melhor exemplo. Esta é a mais perversa e goebelliana de todas as mentiras. Os antiarmas pegaram uma história, deram-lhe uma guinada de 180 graus e apresentam como sucesso o que foi e vem sendo uma fragorosa derrota. Basta ler o livro GUNS AND VIOLENCE - The English experience - escrito por Joyce Lee Malcolm (340 páginas, editado pela Editora da Universidade de Harvard, 2002, US$ 11,53). O livro, extremamente bem documentado mostra que a Velha e querida Inglaterra da literatura é hoje um país mergulhado numa violência sem precedentes. Apenas um exemplo pinçado do livro: entre 1989 e 1996 os crimes por armas de fogo, na Inglaterra, aumentaram 500% (quinhentos por cento).

Sétima mentira: os resultados no Brasil já começam a ser notados. Há uma sensível redução nos homicídios. Conversa fiada. Em São Paulo os repórteres da Folha contestaram as estatísticas oficiais em matéria publicada em 17/01/05. Mesmo assim houve uma redução nos crimes. Os antiarmas apenas “esquecem” outra vez de dizer que a ocorrência de homicídios dolosos na cidade de São Paulo e na Grande São Paulo vem caindo substancialmente desde o Primeiro Trimestre de 2000, três anos antes da vigência do Estatuto do Desarmamento (vide relatório Estatística da Criminalidade; Coordenadoria de Análise e Planejamento - Secretaria de Segurança Pública - São Paulo, 2005). O mérito, portanto, é da Polícia de São Paulo e dos investimentos em segurança feitos pelo Estado de São Paulo, e não como resultado do asinino Estatuto. No Rio de Janeiro, com uma diferente estratégia de enfrentar o crime, os homicídios com armas de fogo no primeiro trimestre de 2005, comparados com 2004, aumentaram em 10%, batendo em março o recorde histórico do ano de 1995. Aqui também aparece a mesma velhacaria: apresenta-se um número fechado (total de homicídios) e como sempre se esquecem de abri-lo em crimes evitáveis e não evitáveis pelo Estatuto do Desarmamento.

Oitava mentira: o Estatuto do Desarmamento não proíbe a posse de armas de fogo, ela apenas a regulamenta. Qualquer pessoa que se deu ao trabalho de ler a Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, mais conhecida como Estatuto do Desarmamento, sabe perfeitamente que as dificuldades criadas são tantas que o cidadão de bem não consegue cumpri-las, seja pelo aspecto burocrático seja pelo custo. Segundo um despachante que consultei, o custo para o registro de uma arma de fogo é de R$ 1.100 (300 para o governo, 250 de honorários do despachante, 250 de certidões negativas, 200 do psicotécnico, 100 para aluguel do stand para a prova prática em um clube de tiro). E como faz alguém que more em uma localidade onde não exista delegacia da Polícia Federal ou clube de tiro? O que acontecerá com uma pessoa que se aposentou e passa a receber esta miséria que o governo paga (exceto para aqueles aposentados classificados como “perseguidos políticos”)? Como se não bastasse, essa despesa e esse imenso aborrecimento devem se repetir a cada três anos! E se a pessoa por alguma razão não passar em qualquer exame durante a renovação, a arma será confiscada pela polícia. Pergunte a um advogado onde se encontra capitulada, na Constituição Brasileira, a figura do confisco para casos como esse.

Nona mentira: o ‘lobby da armaria’ está cheio de dinheiro e vai jogar pesado. Interessante que o ‘lobby da armaria’, como jornal O Globo, num maroto esforço para desmoralizar aqueles que defendem o direito a autodefesa nos chama, não recebe um tostão de organismos internacionais enquanto o Viva-Rio refestela-se em generosas contribuições anuais do Governo Inglês (2,5 milhões de reais/ano). Uma prova disto está nos anúncios de página inteira que os antiarmas publicaram em O Globo de 24/6/05 e 6/7/05. Segundo me informou a funcionária da área comercial de O Globo, um anúncio deste tipo, que o jornal classifica como De Opinião, custa ‘apenas’ R$ 390.312,00 (Trezentos e noventa mil trezentos e doze reais). Assim, os dois anúncios somados totalizaram R$ 780.624,00 (Setecentos e oitenta mil seiscentos e vinte e quatro reais). Sobre esse valor é preciso ainda acrescentar o custo de produção que também não é barato. Isto só para pressionar (neste caso O Globo não considera lobby) os deputados para que votassem o referendo para este ano. Imaginem a quantidade de dinheiro que esse pessoal tem para despejar durante a campanha! E aqui vale abrir um parêntesis: em uma mesa redonda na TV Câmara (30/6/05), da qual participaram os deputados Josias Quintal, Alberto Fraga, o delegado federal Wilson Damásio, o professor Bene Barbosa (Viva Brasil) e o senhor Antonio Rangel (Viva Rio), o professor Bene, cuja ONG defende o direito do cidadão se defender com uma arma de fogo, contou que o Viva Brasil, dentro de suas modestas disponibilidades financeiras, havia doado 10 coletes a prova de bala para a polícia. Cada colete custa R$ 2.500,00. Os antiarmas gastaram 780 mil reais com dois anúncios, apenas para apoiar a definição de uma data para o referendo. Este valor equivale ao custo de 312 coletes. Pergunto ao leitor: o que traz mais benefício para a segurança dos policiais, e por extensão dos cidadãos: 312 coletes ou dois anúncios de jornal? Talvez os antiarmas não tenham grande apreciação pela vida dos policiais...

Décima mentira: o Estatuto do Desarmamento representa um passo avante para a sociedade brasileira e por isto deve ter o apoio de todos os brasileiros, sem exceção. Se isto é verdade por que Deputados e Senadores se auto-excluíram das restrições à posse e porte de armas de fogo? Por que decidiram continuar gozando de um privilégio que cassaram de toda a população brasileira? Se desarmar o cidadão é tão importante assim, não deveriam Suas Excelências dar o bom exemplo sendo os primeiros a abrir mão desse odioso privilégio?
Uma coisa precisa ficar bem clara para o leitor: o referendo popular sobre a proibição, ou não, da venda de armas e munição no Brasil é uma grande farsa. Do ponto de vista prático e face à Lei No 10.826, de 22/12/2003, também conhecida como Estatuto do Desarmamento, o referendo só vai acrescentar uma coisa a tudo o que foi feito no assunto: uma despesa de 500 milhões de Reais. A imprensa noticia sempre que o custo é de ‘apenas’ 200 milhões de Reais. No entanto (já notaram que tem sempre um chato colecionando matérias de jornal?), em matéria intitulada Ministério da Justiça vai reforçar campanha do desarmamento, publicada no Globo de 27/2/05, pág. 16, lê-se: “O governo reservou R$ 200 milhões para a consulta popular (referendo). Mas, com base em eleições anteriores, o TSE calcula que a disputa não custará menos de R$ 500 milhões.” Note o atento leitor que embora exista a ‘pequena’ divergência de 300 milhões de Reais, ninguém se deu ao trabalho de vir a público dar uma explicação sobre tão discrepantes estimativas. Quanto a mim, entre acreditar em um governo desmoralizado, incapaz de perceber a imundície em que está metido, e a Justiça Eleitoral que organiza eleições há décadas e hoje tem um sistema eleitoral que é modelo em todo o mundo, fico com a segunda opção.

O jornal Folha de São Paulo do dia 13/7/05 parece confirmar minha previsão quando noticia (pág. C3) que a Associação dos Delegados do Brasil (ADEPOL) entrou no STF com uma ação direta de inconstitucionalidade contra o referendo. A razão, segundo o presidente da ADEPOL, delegado Wladimir Reale: os delegados consideram que a proibição da venda de armas e munições acarretará aumento do contrabando e a violência não vai cair. Vindo de onde vem este é um argumento de respeito e que precisa ser ouvido com a maior atenção. Além do mais, acrescenta o doutor Reale, o referendo vai custar cerca de 700 milhões de Reais! (grifo meu).

O final da história, nós que pagamos a conta, sabemos: se for apurado com o devido rigor, o custo certamente ultrapassará em muito os 200 milhões de Reais calculados pelo Governo.

Creio que bem poucas pessoas leram a Lei No 10.826 e entenderam o porquê do referendo. E só aí se começa a entender toda a enganação que envolve o assunto. Vamos dar uma rápida olhada no Estatuto. Ele compreende seis Capítulos e 37 Artigos, além de um anexo (Tabela de Taxas). Cada capítulo trata de um assunto referente à posse, uso e penas referentes a armas de fogo.

Capítulo I – Do Sistema Nacional de Armas. Aqui foram definidos todos os aspectos relativos ao SINARM – Sistema Nacional de Armas. O órgão do Ministério da Justiça encarregado do controle das armas de fogo no país (compra venda, transferência, porte, etc.). Em suma, é uma definição da competência de quem vai controlar a posse e porte de armas e munição no país.

Capítulo II – Do Registro. Nos seus dois artigos (III e IV) define procedimentos para o registro de armas de fogo, acessórios e munição. O torniquete começa a apertar no caput do artigo IV quando estabelece: “Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender os seguintes requisitos...” A seguir lista uma relação de documentos e provas que o interessado precisa fazer e que tem um custo total de R$ 1.100,00 (R$300 para o governo, R$250 de honorários do despachante, R$250 de certidões negativas, R$200 do psicotécnico, R$100 para aluguel do stand para prova prática em um clube de tiro). Como disse, nesse artigo está o primeiro obstáculo (armadilha, melhor dizendo): quem garante que a autoridade do lugar onde você mora vai aceitar sua alegação de efetiva necessidade? Você pode alegar que mora a quinze minutos de carro da delegacia e ele dizer que a área é ‘bem patrulhada’ e a polícia garante sua segurança. Até um ladrão invadir sua casa, roubar tudo além de possivelmente matar você e sua família, é a sua palavra contra a dele e naturalmente vale a dele.

Capítulo III – Do Porte. Define quem e porque deve ter porte de armas. Desnecessário dizer que se criaram todos os tipos de barreiras para que um cidadão comum, que paga religiosamente seus impostos, consiga ter um porte. Este capítulo tornou o porte virtualmente impossível. Hoje existem no Brasil 23 pessoas com porte de arma. Conhecendo-se como são as coisas ao sul do Equador seria interessante saber qual o critério e a razão para ter sido concedido o porte para estes 23 felizardos.

Capítulo IV – Dos crimes e das penas. Este, com seus nove artigos, é possivelmente o mais importante de todo o Estatuto. Aqui estão cominadas todas as penas para quem tem uma arma de fogo, mesmo que dentro de sua própria casa. Em outras palavras, se estiverem invadindo sua casa não faça nada! Submeta-se a sanha dos invasores! Se você tentar defender seu lar e sua família usando uma arma de fogo e ferir o invasor com uma arma sem registro você vai para a cadeia por dois a quatro anos, sendo isto classificado como crime inafiançável. (Artigo 15, Parágrafo Único). Já o invasor, se for primário e estiver portando arma branca, estará solto ao sair do hospital.

Resolvi então consultar a Constituição Brasileira. Para minha surpresa encontrei o seguinte no Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), Artigo 5º :

Inciso XLII: A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

Inciso XLIII: A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito (sic) de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

Inciso XLIV: Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

Eu não sou advogado e pouco sei sobre Direito. Assim peço a um advogado que faça a gentileza de me explicar o seguinte: Como uma lei pode classificar um crime como inafiançável se a Constituição, que supostamente é a Lei Magna do país, lista especificamente os crimes inafiançáveis e “ posse de armas” não está entre eles?

Capítulo V – Disposições gerais. Aqui mais restrições são impostas e o Artigo 28 apresenta mais uma aberração: veda a menores de 25 anos adquirir armas de fogo. Pessoas com menos de 25 anos podem casar, dirigir carros, barcos e aviões, servir às Forças Armadas, ir à guerra, comprar bebidas alcoólicas. Armas de fogo, não. Interessante que o jornal O Globo, em sua edição de 7/7/05 publicou matéria de página inteira intitulada A guerra do trânsito carioca, onde mostra o que acontece nas ruas do Rio de Janeiro. Entre outras coisas o artigo, baseado em uma pesquisa de dois meses nas instituições responsáveis por atender acidentes de trânsito, mostra que 40% dos envolvidos apresentavam hálito etílico e que 45% dos acidentados tinham entre 18 e 30anos. Por que então as ONGs e as Organizações Globo não iniciam uma campanha para que menores de 25 anos sejam proibidos de dirigir? (leia meu artigo DESARMAMENTO: EVITANDO UMA CARNIFICINA E UM GENOCÍDIO). Por que não se pune severamente o motorista alcoolizado? Por que alguém que atira para o alto para evitar uma tragédia é preso inafiançável quando o motorista de 23 anos, que na manhã de domingo, 26/6/05, alcoolizado e dirigindo a 100 quilômetros por hora na Avenida Vieira Souto, no Rio, matou um cidadão e estava solto por ordem da Justiça no fim da tarde do mesmo dia?

Capítulo VI – Disposições finais. Aqui esta armada a arapuca que transforma uma lei idiota, inconstitucional, em uma farsa. O Artigo 35 especifica: É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no artigo 6º desta lei. E o parágrafo 1º define: Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.

O leitor mais cético poderá pensar que estou exagerando. Muito bem, vamos ver o que acontecerá com o cidadão obediente à lei que, em respeito ao Capítulo Dois do Estatuto do Desarmamento (Do Registro), registrou sua arma e gastou para tanto 1.100 Reais e o Sim do referendo for o vencedor. Se tal ocorrer, a comercialização de armas e munição no país será proibida. E como farão aqueles que possuem uma arma legal para comprar munição? Não é preciso ser um gênio para saber que restarão ao cidadão decente as seguintes opções: a) Ir até a Pedro Juan Cabalero, Paraguai, e comprar munição à vontade, já que no país vizinho não existe nenhuma restrição à compra de armas e munições, nem se pede nenhum documento para tal. b) Aproveitar uma viagem a Buenos Aires e fazer o mesmo. Na Argentina o comércio de armas e munição é livre. c) Procurar qualquer vendedor clandestino de munição - este é um “negócio” que com toda certeza vai prosperar - e comprar munição à vontade.

Após ler o Estatuto do Desarmamento qualquer pessoa de bom senso percebe que este referendo é: a) Uma peça de fancaria, b) Uma besteira e c) Um desperdício de dinheiro.

Nos 37 artigos distribuídos por seus seis capítulos a Lei 10.826 define tudo sobre a posse, o porte de armas de fogo no Brasil. Desce a detalhes desde a idade mínima para um cidadão comprar uma arma, passando pela marcação dos cartuchos, até a proibição da fabricação ou importação de réplicas de armas de fogo (Artigo 26, Cap. V). Está tudo ali, tudo o que é essencial, menos a comercialização, que deve ser aprovada pela população. E aí está a farsa: qual a importância da comercialização de armas de fogo se foram criados todos os tipos de obstáculo a sua posse? Quem vai querer, a cada três anos, como determina a lei, passar por um aborrecido, caro e longo processo de re-registrar sua arma? Imaginem um cidadão que mora em uma pequena cidade tendo de viajar, no mínimo duas vezes a um grande centro, para obter a re-certificação do registro de sua arma e este ritual se repetirá a cada três anos. Quem vai querer ter o direito de comprar 50 (cinqüenta cartuchos por ano) a um preço absurdo para, ao fim de 365 dias, se não os usou, ter de entregá-los à Polícia sem receber o ressarcimento pelo que pagou pela munição? Quem vai querer correr o risco de, ao fim de três anos, quando for renovar sua licença, por uma razão qualquer a autoridade negar-lhe o direito de renovação e o cidadão ter sua arma confiscada? Quem vai querer correr o risco de registrar uma arma e amanhã os anti-armas, apoiados por um Congresso desmoralizado, conseguirem passar uma lei determinando que todas as armas registradas deverão ser entregues à polícia sob pena de 15 anos de prisão sem direito à fiança? Quem garante que não é este o plano dos anti-armas?

O Estatuto criou tantas barreiras à posse de armas que a questão de comercializar ou não armas de fogo, não tem o menor significado prático. A Taurus, segundo o jornal O Dia de 28/06/05 vendeu, em 2005, no mercado interno, apenas 360 armas. Isso equivale a ter vendido um (1) arma por dia em todo o Brasil! E a criminalidade diminuiu? Segundo relatório da Secretaria de Segurança Pública, no mesmo período, no Rio de Janeiro, os homicídios bateram o recorde histórico de 1995... E não foram resultado de brigas entre cidadãos sem passado criminal. Estes representam apenas 3,7% do total de casos registrados na pesquisa que estou realizando. Os 96,3% restantes foram todos resultantes de ações criminosas que o estapafúrdio Estatuto do Desarmamento não tem condições de evitar.

Então, o leitor deve se perguntar: qual o propósito do referendo? Em minha opinião existem duas razões, ambas ridículas e descabidas:

Primeira: O que se pretende com o referendo é a aplicação da maneira cínica e nojenta de se fazer as coisas no Brasil: Deputados e Senadores, apoiados por ONGs como o Viva Rio e Sou da Paz e governos estrangeiros, como o da Inglaterra, decidiram, através da lei no 10.826, noventa e nove por cento (99%) dos fatos relevantes relativos a posse de armas de fogo. Agora querem a chancela popular para o monstrengo que engendraram entregando a migalha de 1% da lei para a população decidir. E “por acaso” é aquele 1% que não tem o menor impacto no âmbito maior da lei em questão. Se houvesse boa-fé e real vontade de se ouvir a população por que não fazer da maneira como os países integrantes da União Européia face à questão da sua Constituição? Se quisessem fazer a coisa de forma democrática deveriam ter promovido um amplo debate popular sobre todos os artigos de uma proposta de Lei do Desarmamento e só então se faria um referendo. Esta seria a forma honesta de tratar a questão. Da maneira como está sendo feita é um engodo, uma farsa, um simulacro.

Segunda: Como a verdadeira raiz do problema não está sendo atacada, a criminalidade vai continuar aumentando, proíba-se ou não a venda de armas de fogo no Brasil. E isto os anti-armas sabem muito bem. Quando o clamor da população crescer, Suas Excelências vão poder cinicamente dizer: “Mas o povo chancelou. Vejam o resultado do referendo!”. Em outras palavras, como sempre, joga-se nas costas da população a culpa por algum problema que as “autoridades”, regiamente pagas pela população, são incapazes de resolver. Estou exagerando? Está o estimado leitor lembrando a quem foi imputada a culpa pelos altos juros? Uma história sobre traseiros e cadeiras? E para homologar esta farsa vão ser desperdiçados mais de quinhentos milhões de Reais.

Duas coisas são importantes neste referendo: saber o percentual de abstinência que irá ocorrer, o que demonstraria cabalmente o interesse da população sobre o assunto e, se o ‘Não’ vencer com que cara ficarão os Deputados e Senadores que votaram esta lei idiota? Será que eles vão gostar de saber que votaram contra o desejo da maioria de seus eleitores? E isso é de fato importante? Para aqueles que enxergam no eleitor apenas a gazua para acessar o grande balcão de negócios em que o Congresso se transformou, pouco lhes importa.

Não pense o leitor que estou recomendando que se abstenha de votar no referendo, simplesmente por ele ser uma farsa. Não faça isso! É importante que todos os que não concordam com esse estado de coisas compareçam em massa e votem “NÃO”. Esta é uma situação que, independentemente do resultado do referendo, quem votar NÃO será sempre vencedor.

Se o resultado for NÃO (o que esperamos), o eleitor estará mostrando ao Congresso, ao Ministério da Justiça, e às ONGs Viva Rio, Sou da Paz e ao governo inglês, que não concordou nem com o Estatuto do Desarmamento nem com a farsa do referendo.

No pior cenário, se o SIM vencer e amanhã a sociedade se levantar contra a violência que, sem sombra de dúvida, continuará campeando desenfreada, todos os que forem a favor do SIM começarão a engendrar desculpas esfarrapadas para explicar porque nada mudou após tudo o que maquinaram e a montanha de dinheiro que foi jogada no ralo. E você, amigo leitor, poderá rir na cara deles, pois terá a consciência tranqüila de alguém que NÃO pactuou com uma farsa.

FONTE;http://votonao.tripod.com/

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IMPORTANTE!!!

Nascemos, crescemos e vivemos como se a vida fosse apenas um pequeno espaço de tempo que temos para cumprir aqui na terra. Vivemos em busca de um dia melhor , mais interessante que o outro, corremos em busca muitas vezes de alegria, de sucesso, de fama, de uma vida profissional; bem sucedida. Ou simplesmente de viver cada dia como se fosse o ultimo de nossas vidas. Curtir, sair para se divertir, correr, pular, correr, dançar enfim viver correndo para tudo como se não houvesse o futuro a nos esperar. Nos enganamos se pensamos ou vivemos assim, existe um futuro que pode ser eternamente bom ou eternamente ruim, isso só depende do caminho que eu e você procuramos seguir hoje. A Vida como um jardim, que hoje as flores nascem, florescem e amanhã murcham e cai. Mas existe um amor que nos faz viver e eternamente bem, existe um lugar onde as flores não morrerão, onde não haverá cansaço, não haverá nem correria, um lugar onde o senhor preparou para nóis ao seu lado vivermos. Jesus no quer que você deixe de viver. Corra, brinque, se alegre, sorria, seja um jovem feliz, mais lembre-se que você pode ser assim e ter um futuro muito melhor com Jesus na sua vida. Porque Jesus morreu para que nós tenhamos vida e vida com abundância no Senhor. Jesus ama você. Aceite o desafio de conhecer e viver com Jesus.

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