Pastor preso por acusações de estupro converte detentos no 1º dia na cadeia, diz advogado.
Julia Affonso
Do UOL, no Rio
Preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, desde a quarta-feira (8), Marcos Pereira da Silva, pastor da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, está tranquilo, mas "triste pelas falsas acusações", segundo informou seu advogado Marcelo Patrício ao UOL nesta quinta-feira (9).
ASSEMBLEIA DE DEUS DOS ÚLTIMOS DIAS
O pastor é acusado de estupro e foi preso preventivamente na noite de terça-feira (7), na rodovia Presidente Dutra, em São João de Meriti, quando saía de sua igreja.
Em pouco mais de 24 horas na cadeia pública, Pereira já teria convertido alguns detentos, segundo seu advogado, e estaria "bem" na companhia dos outros prisioneiros.
"Ele está tranquilo, pregando a palavra de Deus. Ele sabe que tudo na vida tem um propósito e disse que se Deus colocou ele lá, é porque alguém na prisão precisa da ajuda dele, é para ele ajudar. Ele está junto com os outros presos e já converteu alguns", contou Patrício, sobre o cliente, que está preso em uma cela individual.
De acordo com a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), a cadeia possui celas individuais, que são disponibilizadas para quaisquer presos, mesmo aqueles que não têm ensino superior.
Ainda segundo a Secretaria, Pereira tem a mesma rotina de qualquer outro preso do sistema penitenciário fluminense, com direito a visita, após o credenciamento, banhos de sol e todas as refeições do dia.
Pastor não será denunciado por três casos de estupro
Dos cinco inquéritos que o MP recebeu da Polícia Civil do Rio de Janeiro acusando de estupro Marcos Pereira, pastor da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, apenas os dois que resultaram no mandado de prisão preventiva terão continuidade na Justiça.
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Segundo o promotor Rogério Lima, da 8ª Promotoria de Investigação Penal, informou nesta quinta-feira (9), os outros três inquéritos são de estupros cometidos antes de 2009, e não foram denunciados em um período de seis meses posteriores ao abuso.
"Até 10 de agosto de 2009, a Lei 12.015 dizia que o MP só podia denunciar o estupro se a vítima se manifestasse dentro do prazo de seis meses. Essas três vítimas que foram abusadas deixaram passar o prazo de seis meses, apesar de o crime ter ocorrido. As duas que nós fizemos a denúncia também relataram abusos antes de 2009, mas apanharam dele. Quando tem violência, não existe prazo para a vítima fazer a acusação", explica o promotor. "Ele é um estuprador em série".
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