Abrigos para sobreviver ao fim do mundo

Abrigos para sobreviver ao fim do mundo

2010-04-16

Uma empresa americana apresenta a solução para o caso de um ataque nuclear ou de uma chuva de asteróides. Os “bunkers”, refúgios subterrâneos, são dotados do conforto a que os cidadãos estão habituados.
foto VIVOS GROUP TERRAVIVOS.COM
Abrigos para sobreviver ao fim do mundo
Empresa promete conforto mesmo que o mundo esteja a acabar
"Não podemos prever o futuro, mas podemos preparar-nos para ele", citando um excerto do site da empresa Vivos (www.terravivos.com). A mesma coloca à venda quatro mil lugares em vinte abrigos anti-atómicos (cada um capaz de albergar duzentas pessoas), repartidos por todo o território americano.
Cada um dos lugares é vendido por cinquenta mil dólares (cerca de 37 mil euros), metade para as crianças. Os animais de estimação não pagam entrada.
"Algum dia, alguma coisa vai-nos fazer querer um refúgio", afirmou Robert Vicino, director da empresa, à AFP. Não querendo lançar motivos para alarme, o mesmo responsável defende que apenas propõe "uma solução".
A empresa adoptou as interpretações do calendário Maia e de Nostradamus, segundo o qual o fim do mundo está agendado para o dia 21 de Dezembro de 2012. Na página na Internet do grupo Vivos, há mesmo uma contagem decrescente para esse dia.
E se a humanidade sobreviver ao 21 de Dezembro de 2012, facto que a agência espacial norte-americana (NASA) garante, estes mesmos refúgios podem ser utilizados para potenciais catástrofes como terrorismo nuclear, erupções vulcânicas gigantes, queda de cometas, aumento da temperatura climática ou ataques químicos e bacteriológicos.
"Não se trata necessariamente de 2012. Pode acontecer qualquer coisa hoje ou daqui a vinte anos", afirma Vicino, ao mesmo tempo que confessa ter mais medo da "anarquia social e tecnológica".
Acrescenta ainda "o governo prepara-se  para esse tipo de acontecimentos há anos e tem refúgios subterrâneos, mas nada garante que o cidadão comum faça parte dessa elite e possa beneficiar deles".
Construídos de novo ou usando antigos refúgios nucleares da Guerra Fria, os "bunkers" são dotados de capacidade de resistência para quinhentas horas debaixo de água, conseguem resistir a temperaturas externas de setecentos graus, a ventos de setecentos quilómetros/hora e a tremores de terra até dez graus na escala de Richter.
"Enquanto proprietário de um refúgio Vivos, a pessoa só precisa ir para lá. Tudo o resto está assegurado: alimentos, água, roupa, medicamentos, comunicações e instalações muito confortáveis", assegura a empresa.
Situado no deserto da Califórnia, o primeiro "bunker" estará pronto em Setembro. Segundo Vicino, os pedidos abundam, são cerca de "uma centena por dia".
O objectivo passa por compor comunidades auto-suficientes, ao seleccionar pessoas de diversas áreas. "Não queremos ter muitos médicos e nenhum canalizador", argumenta o director, ao mesmo tempo que defende a criação de “uma espécie de Arca de Noé”.
Não se prevêem problemas como desacatos, já que, segundo Vicino, um terço dos candidatos provém do exército, da polícia e de grupos privados de segurança. "Ontem, ligou-me um membro das forças armadas especiais no Afeganistão que queria um lugar, estava muito entusiasmado".
Certamente mais entusiasmado que o próprio empresário que confessa ainda não ter reservado o seu lugar. "Não estou certo de o poder pagar", afirma.

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